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quinta-feira, outubro 05, 2006

Incontinência Urinária-Tratamento sem cirurgia !!


FISIOTERAPIA UROGINECOLÓGICA


Dra. GLAUCIA RITTER BREDA

Há muito tempo as algumas mulheres sofrem disfunções do assoalho pélvico que acabam evoluindo para Incontinência Urinária ou Fecal, distopias genitais, anormalidades do trato urinário inferior, disfunções sexuais, dor pélvica crônica, problemas menstruais, entre outros.

Embora pareça constrangedor falar sobre este assunto, é importante que a mulher que apresenta qualquer alteração que indica uma disfunção do assoalho pélvico, procure orientação profissional (ginecologistas, urologistas e/ou fisioterapeutas), e relate suas queixas sem constrangimento, pois, obtendo-se um diagnóstico precoce, o tratamento também será instituído precocemente, revertendo o quadro, ou pelo menos, adiando um tratamento cirúrgico.

A fisioterapia uroginecológica é uma especialidade que atua no tratamento dessas disfunções urogenitais, e anorretais, e é apontada como procedimento de primeira escolha, visto que, vários estudos têm mostrado a possibilidade desta intervenção evitar ou postergar o processo cirúrgico.

Num primeiro contato, cabe ao profissional esclarecer todas as dúvidas da paciente, conscientiza-la de todas as etapas do tratamento, da importância do mesmo, e principalmente, da necessidade em seguir todas as orientações e tarefas domiciliares e diárias, recomendadas durante os atendimentos.

Apesar da eficácia deste programa terapêutico ter sido exaustivamente comprovada, retirando muitas vezes a paciente da lista de intervenções cirúrgicas, ou seja, sanando o problema através do programa de reeducação perineal, existem casos específicos que requerem uma intervenção cirúrgica. Cabe ao fisioterapeuta e/ou ao médico detectarem esta necessidade e encaminharem a paciente para sua realização.

Alguns sinais podem indicar uma possível disfunção do assoalho pélvico, porém, é necessária uma avaliação profissional para o diagnóstico correto e o tratamento precoce. Entre os sinais e sintomas relatados, os mais comuns são:

- sensação de peso na vagina;

- disúria (dor ao urinar);

- alteração da micção (maior freqüência ou retenção de urina);

- sensação de esvaziamento incompleto da bexiga;

- cistite (inflamação e/ou infecção na bexiga);

- Incontinência Urinária (perda de urina involuntariamente, principalmente quando ri, tosse ou espirra);

- dispareunia (dor durante o ato sexual);

- prolapsos (queda, exteriorização de estruturas pélvicas, popularmente conhecidas como: “bexiga caída”, “útero caído”, entre outros).

As disfunções do assoalho pélvico acometem mulheres nas diferentes faixas etárias, porém, sua maior incidência é na perimenopausa, menopausa e pós-menopausa, onde a produção do hormônio estrogênio diminui consideravelmente, podendo até mesmo zerar, neste período. Fase esta, que se torna comum o início da reposição hormonal.

As disfunções do assoalho pélvico começam com a simples “fraqueza” das estruturas musculares que compõem o assoalho pélvico, que poderia ser revertida através de um programa simples de reeducação perineal, se detectado precocemente. A falta de informação sobre este importante assunto acaba levando um número cada vez maior de mulheres a apresentarem Incontinência Urinária, principalmente ao esforço, condição esta que evolui para uma situação de vida extremamente limitante, seja profissional ou social.

A atuação fisioterapêutica se faz isoladamente, associada ao tratamento medicamentoso, ou até mesmo, ao tratamento cirúrgico. Em qualquer situação, o tratamento fisioterapêutico atua basicamente na Reabilitação do Assoalho Pélvico, musculatura responsável pelo suporte dos órgãos pélvicos, principalmente frente às variações de pressão intra-abdominal, havendo portanto, uma relação de sinergia entre as musculaturas perineal e abdominal.

As principais técnicas utilizadas na Fisioterapia Uroginecológica são:

- Terapia comportamental;

- Consciência Corporal (principalmente perineal – assoalho pélvico);

- Terapia Manual (em região pélvica e genital);

- Cinesioterapia (exercícios em solo ou com bola);

- Orientações e terapia educacional para suas atividades de vida diária;

- Uso de Cones Vaginais;

- Eletroterapia (que atualmente, esta área conta com modernos aparelhos, oferecendo excelentes resultados nos tratamentos;

- Ginástica Hipopressiva (principalmente no tratamento da Incontinência Urinária);


Entre os aparelhos de eletroterapia mais utilizados, estão:

- Biofeedback Eletromiográfico e o de Pressão (Perineômetro)








- Aparelhos de ELETROESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR (EENM): com diversas funções, entre elas, a de fortalecer a musculatura e causar analgesia, quando necessário.









O tratamento fisioterapêutico não pode deixar de buscar uma reeducação postural global, devido aos sinergismos musculares existentes entre, musculatura abdominal, assoalho pélvico e músculos respiratórios. E o trabalho de fortalecimento deve evoluir de posturas sem a ação da gravidade (sentada, deitada) para a ortostática (em pé), que é a postura na qual há o maior número de queixas de perdas urinárias.

Veja nas figuras abaixo algumas das posturas realizadas durante a GINÁSTICA HIPOPRESSIVA:









A Fisioterapia Uroginecológica e Obstétrica é de grande importância no atendimento às gestantes, e também no pós-parto. O tratamento fisioterapêutico durante a gestação traz benefícios como, a diminuição dos sintomas de desconforto da gravidez; o controle da ansiedade e depressão, com a orientação da gestante sobre o trabalho de parto, reduzindo, portanto, o tempo de evolução do mesmo. Auxilia também na manutenção da postura da coluna vertebral, reduzindo desconfortos e promovendo adaptações biomecânicas mais eficientes através dos exercícios. A fisioterapia tem papel primordial no fortalecimento da musculatura do assoalho pélvico, preparando-a para o momento do parto, reduzindo portanto, as alterações musculares citadas inicialmente no texto.

No pós-parto imediato, a fisioterapia visa melhorar a tonicidade dos músculos abdominais e pélvicos; conscientizar as puérperas sobre a importância da continuidade dos exercícios; auxiliar a mãe através de normas higiênicas, cuidados com as mamas, incentivo ao aleitamento materno, orientações posturais, funções intestinais e miccionais, vida sexual, retorno às atividades físicas e de vida diária. Mais uma vez volto a reforçar a idéia de que, o primeiro passo a seguir no pós-parto imediato, é a REABILITAÇÃO PERINEAL, antes mesmo de iniciar o fortalecimento abdominal, principalmente, se foi realizado parto normal, e se foi necessária a realização de episiotomia.

Procurar o médico regularmente e relatar as queixas, sem constrangimentos, é a melhor arma contra problemas futuros, que se não diagnosticados e tratados, deixam de ser apenas uroginecológicos, evoluindo para problemas psicológicos e sociais, levando a um grande índice de exclusão social.

A FISIOTERAPIA tem uma atuação fundamental nesta área, apesar de pouco divulgada e reconhecida, muitas vezes, pelos próprios urologistas e ginecologistas. Para melhor atender estes pacientes, atualmente existe a ESPECIALIZAÇÃO EM FISIOTERAPIA UROGINECOLÓGICA, para formar profissionais habilitados e capacitados para atuar juntamente com outros profissionais, e oferecer o melhor tratamento para os pacientes que necessitam de tratamento uroginecológico.

Dra. GLAUCIA RITTER BREDA

CREFITO 8 – 2499 LTTF

Graduada pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE)

Especializanda em Fisioterapia em Uroginecologia pelo

CBES (Colégio Brasileiro de Estudos Sistêmicos) – Curitiba - PR

E-mail para contato: glaucia_fisio2005@yahoo.com.br

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